sábado, 22 de agosto de 2009

Juntatudoísmo

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Acabadinha de participar numa conferência mundial lgbt de direitos humanos, enquanto voluntária (porque os direitos humanos esqueceram-se de incluir o "direito à participação em conferências de direitos humanos para todos, independentemente da situação financeira", facto que, aliás, deu direito a tarde DIY meio-separatista de resposta).
Grandes discussões e representações, embora, se até os bissexuais estiveram muito pouco representados, o poly ainda menos. Mas em jeito de discussão, valeu a pena lembrar que poly e bi não são bem a mesma coisa. Que são eixos diferentes. Um na não limitação do género, e outro na não limitação do número.
Mas houve quem insistisse - "não se pode ser bi, sem se ser poly". Mas pode, bem pode. O que não se pode é andar a lutar por direitos tão de base, quando uma das grandes guerras ainda é a interna.
O bi desafia a dicotomia da monossexualidade, e por isso, não é muito bem-vindo nos movimentos lgbt. A não ser quando tem uma representação forte, como no BiCon em Inglaterra, e o próprio movimento bi é o inclusivo, abraçando todos quantos são bi-friendly, e daí, também, à escolha, kinky, fetichistas, BDSMs, ou polys. Fora daí, não é de surpreender que os bis estejam também mais representados no poly, por este ser um movimento mais inclusivo.
Muitas guerras se têm feito à custa de diferenças e de marcar essas diferenças - with us or against us - mas haverá de certo formas de fazer direitos humanos, como o meu amigo brasileiro chama a estas ideias de juntar quem se gosta, de comer e ficar com o bolo (na barriga), haverá decerto formas de luta que sejam mais no estilo do "juntatudoísmo".
Di Ponti

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